sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Nada é por acaso

O conflito na Faixa de Gaza já está no seu vigésimo primeiro dia. Até agora, mas de mil palestinos e cem morreram. As baixas no lado de Israel foram de 14 pessoas. Enquanto a comunidade internacional continua pedindo um cessar-fogo, com pressões cada vez mais fortes por parte do ONU e com negociações diárias no Egito, o exército de Israel está intensificando os ataques e os bombardeios.

Analisando o conflito de trás para frente, sou da opinião de que o cessar fogo está próximo. Mas, provavelmente, não por causa da pressão internacional, das mortes de civis e das negociações de paz. O governo de Israel, na voz de sua ministra Tzipi Livni, já deixou claro que não negociará com o Hamas, um grupo que eles consideram terrorista e que está na lista no terror dos EUA.
O prazo final da ação israelense termimará, senão em 20 de janeiro, um pouco antes. A mesma data que Obama tomará posse. Parece que Israel escolheu dar início ao conflito exatamente na época que o Ocidente inteiro está em ressaca festiva, saindo do Natal e se preparando para a festa de ano-novo. Período em que a maioria dos governantes do lado ocidental do mundo tira férias.

Não custa lembrar que também neste período, os EUA, grande aliado de Israel e único país que poderia forçar um fim do conflito, estão sem cabeça e praticamente inoperantes. A administração Bush definhando e limpando as gavetas da Casa Branca, enquanto a equipe de Obama está preparando a festa da posse. Bush, ainda presidente, não deu nenhuma declaração oficial sobre o conflito. Obama, que ainda não assumiu o cargo, também não. Neste limbo político, o exército Israelense aproveitou para atingir seu objetivo: destruir a maior parte da infra-estrutura do Hamas.

Hoje, sexta-feira 16 de janeiro, a ministra Tzipi Livni está indo aos Estados Unidos um cessar-fogo. Provavelmente, o cessar-fogo será assinado. Se isso se confirmar, será um presente para George Bush, que conseguiu resolver o conflito no apagar das luzes do seu mandato, e um presente para Obama, que assumirá o cargo sem ter que lidar com uma guerra delicada, onde civis morreram a cada dia.

Um comentário:

Guta Arnold disse...

Espero, sinceramente, que que tu estejas certo e que essa guerra medonha acabe até a posse de Barak...
É desolador assistir a um jornal de notícias e ter que concordar com a Manu (3 anos, que passa pela sala na hora da reportagem sobre a guerra) que os foguetes de "artifício" que ela vê são lindos...
É interessante como a humanidade evoluiu em tantos aspectos, mas ainda não encontrou uma forma de resolver conflitos sem que inocentes tenham que pagar a conta - na minha humilde opinião, não há que se julgar, daqui de longe, quem está certo ou errado, exceto, é claro, que se domine o assunto, mas é muito triste a gente enxergar na tv crianças machucadas e mortas, sem entender patavinas do que está acontecendo - como saber se a intervenção externa, numa hora dessas, seria válida?