Antontem a Índia sofreu um grande atentado terrorista. Ninguém ainda sabe com certeza de quem foi a autoria do ataque. A organização, até então desconhecida, Deccan Mujahideen, assumiu a autoria. Provavelmente, trata-se de um grupo radical muçulmano. Que pode ser formado tanto por indianos muçulmanos, quanto por paquistaneses fundamentalistas ou, até mesmo, por talebans que estão no Paquistão.
A briga entre Índia e Paquistão é antiga. Data de 1947, quando o país tornou-se independente da Inglaterra. O território foi dividido em dois, Índia para o hindus e Paquistão para os muçulmanos. Até hoje os dois vivem em tensão, com a disputa pelo território da Caxemira. O Paquistão, apesar de muçulmano, é um país aliado dos Estados Unidos. Tanto é que apoiou as invasões no Afeganistão e no Iraque.
O fato é que uma pequena parte do território paquistanês, que faz fronteira com o Afeganistão, é dominada por grupos terroristas talebans, que fugiram de seu país após a dominação norte-americana. O que liga alguns paquistaneses e afegãos, além da religião, são antigos vínculos tribais e étnicos.
O governo indiano já lançou os primeiros comunicados acusando “forças estrangeiras” como apoiadoras dos atentados. Um recado claro ao Paquistão. Não custa lembrar que ambos os países possuem a bomba atômica e um aumento na tensão entre os dois países não é interessante para ninguém, com exceção dos talebans.
Os atentados têm a estratégia parecida com os da Al Qaeda. Atacar os centros econômicos e importantes de grandes cidades, com forte presença internacional. Imagino que o objetivo seja abalar as relações entre os países e instaurar o medo na população e nos estrangeiros.
Quando mais fechados forem os países do oriente ao ocidente, melhor para os radicais. Menos influência da cultura americana, menos prosperidade econômica, menos oportunidades, menos mudanças. E mais terreno para o crescimento do radicalismo e de uma população sob controle. O que aconteceu com o Afeganistão na era dos talebans no governo é o melhor exemplo.
É um assunto complexo, com vários interesses e relações de poder – religioso, político e econômico - envolvidas. E, infelizmente, muitos inocentes no meio.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
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